31 de outubro de 2008

Sincronicidades


Nem sei bem que dizer sobre as sincronicidades. Não me apetece nada socorrer-me da velha expressão "não há coincidências" mas, pronto, aqui está ela! Que fazer?

Foi Carl G. Jung quem, em 1929, utilizou este termo para definir aquilo que sempre chamámos, e continuamos a chamar, coincidências ou "momentos mágicos".

O mundo psíquico não existe sozinho. E aqui podemos voltar ao UNO. Nada existe sem ser síncrono com outro. Podemos estar vinte anos sem ver uma pessoa. E, por "coincidência", encontramo-la duas ou três vezes na mesma semana.

Haverá alguma mensagem contida nisso? Acredito que sim. Qual? Não faço a menor ideia. Mas a Vida é generosa e vai-nos dando pistas. Só que, a maior parte das vezes, não estamos atentos. Talvez aquela pessoa tenha algo a dizer-nos e que nos parece banal, na altura. Talvez uns tempos depois o que nos disse seja extremamente útil, mas já nem nos lembramos que o reencontro com ela foi o "it" que nos ajudou mais tarde. Ou talvez sejamos nós a dizer-lhe algo, e aí ficamos sem saber o que lhe aconteceu depois...

Concordo com Jung (também, quem sou eu?): o mundo psíquico não existe sozinho. E todos temos acesso à informação que alguns, que se consideram "escolhidos", julgam ser só deles e acham que não devem partilhar. Pensarão que nós somos seres menores, incapazes de entender os grandes mistérios?

Todos somos parte do "grande mistério" da Vida.

29 de outubro de 2008

Livre arbítrio

Perguntam sempre, sobretudo no que diz respeito à astrologia ou ao tarot: Então e o meu livre arbítrio?

"Temos livre arbítrio porque não somos perfeitos", ouvi eu uma vez de um dos meus professores, dito assim, com uma simplicidade quase assustadora.
De facto, se fossemos perfeitos, todos saberiamos o que seria correcto fazer. Creio que os polícias, os juízes, etc. teriam todos funções bem diferentes.
Todos teríamos consciência do UNO, que implica que, quando faço mal a alguém, quando magoo o outro, me estou a magoar a mim!
Tal como um estudante que pode escolher não estudar, e que terá má nota no teste. Os pais podem ficar muito aborrecidos. Mas, no fundo, quem é o maior prejudicado pela escolha que fez? De que futuro se trata? (Este exemplo até pode ser mau, porque os pais podem querer que os filhos lhes assegurem um complemento de reforma - ahahah).
Também posso ser muito agressivo. E tenho escolhas. Posso andar a bater nas pessoas, mas também me posso inscrever numa escola de artes marciais!
Sim, todos temos livre arbítrio. Até o de aceitar com confiança o que a Vida nos vai trazendo, sendo "bom" ou "mau", segundo o ponto de vista do ego, não o do Universo que para esse, suspeito que sejam sempre oportunidades...

28 de outubro de 2008

Karma




Falemos um pouco de Astrologia. O que poderá encontrar no Namastê?


Karma, para quem sabe um pouco assusta logo. Mas acredite que não é caso para isso. Karma significa "acção-consequência". Pois é. Achamos que karma é algo "mau" que nos persegue. Mas não é!

Karma é comparável a uma semente. Se semeio o mal, colho o mal. Mas se semeio o bem, também colho o bem. E isto também é karma. Karma pode ser o "bem" que recebemos!

Também aqui, no Namastê, não há "bem" nem "mal". Todos fazemos o melhor que sabemos quando podemos.

O Ego até nos pode dar noção de certo e errado. Mas o Universo não tem esses maniqueísmos! Não JULGA ninguém!

27 de outubro de 2008

Tantos caminhos debaixo do Sol...


Estes nossos actores, como pressagiei, eram todos espíritos e fundiram-se no ar, no ar subtil: e como os fios irreais desta visão, as torres encobertas de nuvens, os palácios magnificentes, os templos solenes, o próprio globo terráqueo, sim, tudo o que ele recebeu se dissolverá. E como este espectáculo etéreo se apagará, não deixando nem um fumo atrás de si. Somos aquela substância de que os sonhos são feitos. William Shakespeare, in "Tempestade".

"Nenhum astrólogo – e também nenhum psicanalista – pode interpretar uma vida e um destino a um nível superior àquele em que ele próprio funciona." Dane Rudhyar.

Eu substituiria “nível superior” por “nível diferente”. Mas, se escolhi a frase acima para introdução desta página, foi para que, ao consultá-la, saibam que todos somos iluminados, que a alma e a mente são unas e que todos temos um manancial de sabedoria imenso. TODOS SOMOS UM E TODOS SOMOS ELE. Só que, como diria uma amiga minha, não sabemos que sabemos. Cada um de nós, ao vir a este plano físico, vem “experienciar” o Divino que É. Se muitas vezes nos sentimos perdidos, que a vida não faz sentido, é porque nos “esquecemos” do Plano Maior de que fazemos parte e que a nossa alma, nesta dimensão, tem o seu papel a cumprir. Somos como actores que se convencem que o papel que representam é real. Acredito que, numa primeira fase, para que experiência seja autêntica, o esquecimento tem de acontecer. E assim o actor que representa Romeu não consegue aceitar a dor que lhe provoca a morte de Julieta. Ele torna-se amargurado, triste, vazio...

A dor é a vida do actor. Ele “esquece-se” que está a representar. Na maior parte das vezes, é quando a dor e o vazio se tornam tão grandes, tão insuportáveis, que o actor se “lembra” que tem de regressar a Casa. Essa “lembrança” foi-lhe trazida pelo sofrimento que ele não entendia. Agora o sofrimento faz sentido porque sem ele, o actor não teria saído do palco. E é a dor imensa que o empurra para o camarim, que o força a tirar as pinturas, as roupagens. No momento em que se olha ao espelho e se vê Ser, sorri e não pode deixar de agradecer ao sofrimento. Sem ele, não sairia do teatro para procurar o Caminho de Regresso. Agora ele já pode voltar todas as noites e vivenciar a dor, seja de perda, de traição, de abandono, porque SABE que, quando voltar a Casa, o esperam a Alegria e o Amor. Se, em termos egóticos, não entendemos muitas das coisas que nos acontecem, a nossa alma, essência (como lhe queiram chamar), sabe que somos nós que acontecemos às coisas. Procuramos as experiências que necessitamos para encontrar o Caminho de Regresso a Casa. Há muitos caminhos e cada um de nós encontrará o seu. Todos eles permitem, através da sua simbologia, trazer a esta dimensão o Divino, e ajudam a entender que estamos num palco e qual o nosso papel. Nenhum destes caminhos é Adivinhação. São, como referi, as formas de que nós, nesta dimensão humana, dispomos para aceder ao Divino em nós. A todos quantos nos procurarem, bem-hajam. Estarão a ajudar-nos a percorrer o nosso Caminho de Regresso.